quinta-feira, 10 de junho de 2010

Uma carta para o alto mar

(Ou para outro continente. Ou para qualquer lugar do globo que estiveres. Sei que vais sentir).

Tenho pensado muito em você. Não que eu já não pensasse antes, você sabe que sim, mas agora tenho pensado de maneira diferente. Sem nada a prender. Porque você também sente a ligação que existe entre a gente, só que quando começou, começou, eu não diria errado, mas torto. Como tudo que eu faço, torto. E eu tinha o outro ocupando um espaço muito maior do que eu deveria permitir dentro de mim. Mas não quero falar dele. Não porque guardo mágoas, não, não guardo, mas porque já passou. Mas seria difícil falar do motivo que agora que tu tens me ocupado mais a mente do que há dois anos. Não penso que tenhamos perdido tempo, não. Creio que amadurecemos nosso relacionamento muito e soubemos lidar com a distância e com o que nos mantinha afastados muito bem. Penso assim porque sempre que você me vem a mente, sou invadida por um amor muito sincero. Um amor que não é só de amizade, e não é só de amantes, é um amor-inteiro. E uma saudade que me aperta o peito. Penso onde deves estar agora, talvez em meio do oceano, viajando, buscando seus sonhos, aprendendo, vivendo outras coisas, outras vidas. Mas quando encontro palavras tuas que vem através dessas ondas e vejo que mesmo do outro lado do mundo ainda não me esqueceu, ainda me quer, ainda me procura e ainda me ama, fico pensando se não seria isso o que realmente procuramos nossa vida toda. Essa diferença, esse amor leve, tranquilo, mas também passional. Me pergunto se antes não havia me limitado ao sentimento, por não conseguir lidar com dois sentimentos tão fortes, tendo que canalizar para um só. Não que não tenha despejado em ti sentimentos nesses últimos dois anos, muito pelo contrário, você sabe do carinho absurdo que sempre existiu dentro de mim. Mas a paixão, embora existente, era limitada. E agora não há mais o fator que a abafe. Agora, com a proximidade da tua chegada, o coração vai batendo mais forte. E não consigo não imaginar nós dois novamente deitados na cama, acordando tarde e vendo desenhos matinais juntos, rindo das maiores bobagens, ouvindo nossas músicas e trocando bandas que gostamos, conhecemos. O teu ska dançante, o meu hardcore que adoras e o meu emo que odeias. A tua família me tratando como se eu já fizesse parte, sentindo-me em casa longe de casa. Quero tu aqui pra conhecer meu mundo e meus lugares, minhas pessoas. Quero tu aqui pra segurar minha mão e me olhares com aqueles olhos da cor dos meus enquanto faço uma tatuagem, como aconteceu contigo, como tudo começou entre nós. Quero te ter nos meus planos, quero tua alegria e tranquilidade próximas a mim, quero estar contigo. Quero tua doçura e tua sinceridade aqui comigo, não só no coração, mas junto a mim e ao meu calor. Quero essa confiança que me passas pra sempre. E não tenho dúvidas que queres isso também. Guarda essa carta e leia sempre que quiseres me ter mais perto de ti. Sei que a distância vai continuar sendo um empecilho, mas tu sabe, né: a distância é only physical, meu bem.

Essa é a minha forma torta de dizer, mais uma vez, que te amo. Que penso em ti. Que te quero perto e que te guardo em mim.

Um beijo, mil beijos.

Mayah

Nenhum comentário:

Postar um comentário