quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

É engraçado. Só consigo escrever quando há impasses, caos, bagunças emocionais. Quando existe conflitos. Otherwise, não sai nada daqui. E escrever só por escrever nunca me agradou muito. Tem que vir de dentro e sem ter como conter, sem racionalizar, como um vulcão em erupção. Em vez de larvas, sentimentos transformados em palavras. Aliviando a pressão que existe internamente.

Pros que não sabem, eu tou em função de mudança. Falando assim, parece meio metamorfose. Pensando bem, até seja. Mas a mudança que me referi primeiramente foi a de móveis, mesmo. Mudando de casa, de apartamento, de lar. Nessa, encontrei vários diários. Relembrei que escrevo há muito tempo. Desde os onze anos. Cadernos CHEIOS de escritos, dizeres, contando histórias, fatos, bobagens. Criando, relatando, relembrando. É claro, tem muita coisa ingênua e engraçada narrada ali, mas desde sempre necessitei disso: da palavra pra conseguir me expressar. Da palavra pra me fazer sentir. Da palavra pra me entender. É uma paixão absurda, e extremamente necessária.


Ao mesmo tempo que me mudo de apartamento - para os que não sabem, de novo, estou sem teto, em busca e um novo lar, morando na minha irmã, nos meus amigos, no meu namorado - há modificações internas e intensas acontecendo em mim. Uma Mayah que há muito tempo não existia voltou a tona. Retornei a acreditar no que não achava mais possível e retomei valores e concepções que há muito já havai esquecido. Ganhei algemas e não tenho achado isso ruim. Quem convive comigo deve até achar isso estranho. Eu sempre valorizei muito a liberdade, a vontade de fazer o que bem entender, sem dar justificativas a ninguém. Mandava um "CUIDE DE SUA VIDA" em caps lock e tocava o terror na minha. Não que não toque mais o terror (muito pelo contrário), mas sinto que algo aqui dentro deu uma acalmada. Veio uma espécie de segurança junto. Uma vontade de, talvez, querer dar explicações a alguém. Um desejo absurdo de compartihar, de criar, de construir junto. De fazer planos, de rir de bobagens, de saber que não estou tão só por aqui. E, querendo ou não, é ser uma pessoa um pouco melhor. É permitir outra visão fazer parte de ti. É compartilhar e se construir e reconstruir. Duas cabeças juntas pensam melhor que só uma. Dois corações juntos criam o que quiserem, inclusive o impossível.

Tudo isso pra dizer que as coisas andam bem. Apontando pro caminho certo. Tenho andado esperançosa. E quando não fui, né? Mas é ainda melhor quando os fatos da nossa vida nos dão motivos pra ter esperanças.

Texto porco. Mas como disse, as coisas tem andado bem. Sem conflitos. Daí não vem como desabafo. Não vem atropelando. Vem leve, tranquilo. Mas sempre com muito amor :)

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

oi, 2010.

Eu deveria escrever algo sobre o ano novo, eu sei. Sobre a virada, sobre a esperança, sobre todas essas coisas que um ano novo - e redondo, como este - trazem. Não sei se consigo. Mas vou tentar. Não tenho nada conta a algo que soe a: uma tentativa. Tento.

Eu já escrevi isso antes, mas não canso de dizer: me maravilha como o final de ano sempre traz umas supresas pra entrarem no nosso coração e nos fazerem acreditar em tudo de novo. Nessas coisas bonitas e limpinhas que pulsam dentro de mim. É inventar fé, é trazer o bom, é rir com a possibilidade de talvez sim. Ou talvez não, mas pelo menos existe algo que nos faça acreditar que vai tudo pra frente. Mas, enfim, pra onde mais iríamos, se não fosse pra frente?

Todos os anos fazemos listas, metas, um milhão de coisas. Todas apontando para o mesmo lugar: para frente. Sem saber o que estará lá, nem pra onde se dirige exatamente. Mentira, algumas pessoas sabem bem onde querem chegar. Acho bárbaro essa objetividade toda. É muito mais fácil dar um gás nas tuas ações quando se sabe o objetivo concreto, único. Eu? Eu não sei de nada. Tem dias que nem sei do que gosto. Mudo constantemente. Fica difícil traçar um ponto final e correr atrás dele. Vou me deixando levar, pegando atalhos, construindo, aos poucos, um fim. Que, quem sabe?, possa vir a ser um começo. Pra mim, só importa isso: que seja doce. E, talvez, o final nem seja o que me interesse. Mas o caminho em si, as pessoas, momentos, vivências, cores, sombras que irei viver até chegar no - onde mesmo? Nem sei.

Pois então, esse ano não fiz lista nenhuma. É claro, sempre tem alguma coisa que a gente quer fazer. No meu caso, começar algum exercício físico (não só pela estética, mas pelo bem que faz pra cabeça), fazer um curso de teatro, de design, de fotografia, viajar, viajar, viajar. Essas coisas todas que eu não quero só pra esse ano, mas pra minha vida. E que vou obter no meu tempo, o tempo certo. Que pode ser um ano, sim. Mas pode ser uma semana, um mês, dez anos, vinte, trinta. É isso: se eu fosse fazer uma lista rígida assim, não seria pra esse ano. Seria pra minha vida. Mas isso ocupa muito tempo e - mais ainda - paciência. Tempo eu tenho de sobra. Agora o outro atributo...

Ecrevendo sobre isso, lembrei: ano novo passei com a minha família. Que às vezes é torta e tensa, sim, mas é linda, linda, linda. Cheia de energia e coisas boas. Geralmente dá choradeira no final do ano: todo mundo muito emotivo. Nesse, não. Foi só risadas, danças, gritos, pulos. Uma verdadeira festa. Meu irmão - que é quase tão agitado quanto eu - comprou luz negra, marca-textos e fizemos uma comemoração estilo decadance: escrevendo SÓ coisas boas pelo corpo. E, em neon, toda aquela positividade brilhava e iluminava os nossos desejos de 2010. E foi uma coisidiloco: amor, paz, saúde, sexo (dos bons!) - e juro que tava escrito bem assim-, felicidade, prosperidade, sorte, (falta de) juízo, realização profissional, paixão, encontros, que seja doce (x 7), risadas, festas, positividade e CALMA. Pra mim esse último é essencial: calma, calma, calma. Meu anjo-da-guarda, o Diego, me desejou o mesmo: "Vou pedir pra todos os santos darem calma pro seu coração, porque você é muito afobada". E, sim, se for fazer uma lista de 2010 vou pedir isso: CALMA, CORAÇÃO. Mas voltando a virada: foi lindo, tinha que ver. Todo mundo se riscava e se abraçava abraçava e pulava e gritava e FELIZ 2010. Maravilhoso. Se a entrada de 2009 foi conturbada, chorosa, doída, a entrada de 2010 foi exatamente o contrário: retratando como vai ser esse ano que está por vir.

Eu sou otimista, cês sabem. Acredito muito no bem e nas coisas boas, na justiça-cósmica e na coerência sobre todas as coisas. Por mais desacreditada que o último mês de 2009 me fez ficar, no fim, eu sempre acredito. E essa coisa boa não vem só de mim, não. Vem dessas almas vivas que me rodeiam. Luaninha disse que é tipo o barco. Não paramos de remar e não deixamos que ninguém que queremos bem e amamos tanto pare também. Disseram que a gente deve ser apaixonada uma pela outra. E realmente, somos. Uma paixão que não tem limites, essa paixão de amizade que só poucos conhecem e compartilham. É aquilo de sentir o coração bater mais forte no peito, de sorrir quando ouve o telefone tocar, de se aquecer ao ouvir um "tou contigo e não abro nunca". São as almas se encostando, dançando, rindo. É sintonia, é energia, energia, energia. Das mais intensas e mais fortes energias. É uma espécie de Deus, ou melhor, é essa força maior que rege o universo se expressando através da gente. E me diz, tem como não ficar feliz quando se SENTE tudo isso pulsando dentro de ti, dentro de nós?

2010 vai ser lindo. Tenho certeza. Um bom ano pra todos mundo. E repitam sete vezes comigo: QUE SEJA DOCE. Pra dar SORTE.