terça-feira, 7 de julho de 2009

eu parei de insistir

"É, eu nunca gostei disso", foi o que ele disse após uma discussão sem sentido incentivada por uma tentativa de segurar e manter algo que já não etava mais ali. Devia ter se perdido entre as tristezas, decepções e mágoas que ambos se causaram nesse um ano de relacionamento fracassado.
"Ainda bem que não tenho mais que te agradar", pensou ela, por sua vez. Mas não disse nada. Que ele viesse com as pedras, cuspes e insultos para atirar, as paredes dela haviam deixado de ser de vidro há algum tempo e não seriam quebradas por qualquer coisa que ele jogasse. Havia construído uma muralha, bem alta, que conseguisse deixar todas as coisas ruins do lado de fora. E voltou a pensar porque havia telefonado se ele, cego de - o que seria? raiva? desilusão? racionalidade? - não era capaz de ouvir mais. E por um segundo, resolveu que não iria se explicar mais. Cansou-se. "Porra! Falarei quantos palavrões quiser, todas as vezes que achar necessário, chorarei por motivos que eu achar digno e usarei meu próprio dinheiro para fazer o que eu quiser, sem precisar me justificar para ninguém!".Teve vontade de dizer para ele engolir o ranço e voltar a viver com toda aquela vida vazia e pobre que ele tinha antes dela. "Não tenho mais paciência com criança - e olha que eu sou infantil".
"Por mais que a gente tente, não tem como ser doce pra sempre", pensou. Com ele, pelo menos, não mais. E embora ela fosse feita só de amor, foi obrigada a vestir a capa da indiferença. Algumas coisas são jogadas na lata do lixo e não há processo que as traga de volta e façam ser o que não são. Às vezes, é preciso um ponto final. E como já dizia o poeta "Todo fim é um recomeço..."

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