terça-feira, 4 de agosto de 2009

e por que não falar de amor se no fundo é só isso que vale a pena?


"Acordei abstrata, esta é a questão. E, acordar abstrata é estar num meio caminho e ficar deformando tudo, tornando muito mais grave e muito mais solene o que nem é tanto assim, mas. Também rindo meio boba de que, afinal, o que nem é tanto assim."


Entrei no meu quarto e o encontrei com uma meia luz da minha cabeceira, com os livros todos empilhados naquele colchão virado ao contrário que eu uso como prateleira. E na bagunça daquela peça colorida e riscada com os móveis todos trocados de lugar (engraçado como às vezes a gente acha - eu pelo menos tenho essa fé estranha - que mudanças pequenas e muitas vezes sem sentido como cortes de cabelo, um furinho a mais no corpo, um desenho aqui, um escrito ali, um móvel pra cá e outro pra lá, uma cor nova na parade do quarto, enfim, essas minúcias bobas, podem modificar a energia que existe em volta da gente, fornecer ares novos ou até um novo rumo, quem sabe) encontrei um livro que há tempos a Nina me emprestou pra ler. Chama-se "Entre mulheres" e são várias histórias de amores: cada um diferente do outro. Reli aquele que ela disse que eu ia gostar. Helena. Me li do começo ao fim. E ainda começa o conto citando música do Caetano, o Quereres. Deu até vontade de escrever. Pra mim, livro, conto, escrito bom é assim: desperta algo em ti que faz tu pensar e/ou sentir e, pra mim, escrever faz parte do pensar-sentir. Vim pra cá.

(Ainda) falando em amor, hoje eu cheguei em casa só a meia noite e ela pediu pra ir deitar um pouco com ela. Saltou em cima de mim e me apertou tanto que eu senti como se eu fosse uma criança de quatro anos. Disse que tava com saudade e me fez prometer que por mais que eu cresça, eu vou tá sempre por perto. Prometi sem hesitar, é claro. E fiquei toda boba. Esse porto seguro aí se chama mãe.

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